quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aqui No Mato Tem Ska

            Irreverentes, Veneno Da Madruga, Tucumanos, Flash, Several, Tulipa Negra, Sutíferas Navis, Espantalho, Anestesia, Junke Crude, Soda Billy, Homicide e outros nomes, são algumas das surpresas que o cenário musical manauara já apresentou durante algumas décadas. Dentre essas surpresas, há uma que encontra-se em um longo hiato, mas já agitou bastante as noites de Manaus e ainda promete retornar a qualquer momento com um segundo disco. Estamos falando da Deskarados. Reagge, ska e rock pop com muito alto astral, é a principal receita que abriga o primeiro CD lançado no ano de 2001 com o título de “Aqui No Mato Tem Ska”.
O alto astral da Deskarados estampado até na capa do CD
          O disco abre com uma ótima instrumental curtinha que tem uma introdução com o áudio de membros da banda andando de skate pelas ruas de Manaus. Chegam a citar a mitológica Praça do Congresso. Em segunda faixa está “Projeto De Vida”. Um bom ska que o guitarrista/vocalista Rato fez em homenagem a seu pai, deixando isso bem claro na letra. A terceira faixa é “Mão De Obra Barata”, um hit que chegou a tocar nas rádios. Reagge com levada ska que tem ótima letra e um refrão muito convidativo para o canto. A quarta “Menino De Rua” é um reagge um tanto deprê com uma letra bem realista no tocante ao mundo errante dos menores abandonados. Em quinto lugar está “Os Caras São Do Ska” que é um reagge bem pra frente e dançante. Em seguida o alto astral toma conta com outro grande hit da banda. “Meu Bem Amado” também tem refrão cantante e levada ska totalmente contagiante. Uma pérola de nossa música que remete a Jorge Amado. Na sequência “Tudo Como Era Antes” traz um reagge romântico com pitadas de pop rock que também chegou a tocar em rádios na época do lançamento. Pena que o jabá impera e essas maravilhas estão esquecidas nos arquivos dos meios de comunicação. A próxima faixa “Você É Só Cão” volta ao ska agitado com uma letra bem direta ao machismo. “Náufrago Da Esperança” emenda num reagge com excelentes arranjos e grande letra libertária que possui várias referências. Música emblemática de qualidade inquestionável. “Retrato Falado” é a próxima e volta a divertir o ouvinte com ska rápido. Também com boa letra de mais outro monte de referências. No meado da canção há uma quebrada meio samba, mas o ska volta com um solo de sax e a música termina num reagge roots. Pra fechar a bolachinha com chave de ouro vem a perfeita “Macuco Jonathan”. A introdução é uma plasticidade cênica da letra que segue, contando uma história lúdica. Um reagge de levada slow até um pouco mais da metade, quando acelera para um ânimo de despedida.
          A linda capa compensa a ausência de um encarte mais detalhado com as letras e créditos dignos. Coisas da música manauara. A produção como um todo está boa, mas não perfeita. Contudo, os arranjos da Deskarados são muito bons, as composições de bom gosto e o registro histórico, pois até então havia sido o primeiro disco de reagge e ska do Amazonas. Procure copiar de alguém “Aqui No Mato Tem Ska”, porque dificilmente esse disco se encontrara pra venda.

sábado, 27 de agosto de 2011

Thrash 'N Hells III

NESTE SÁBADO, 27/08, ACONTECE MAIS UMA EDIÇÃO DO EVENTO THRASH 'N HELLS

PARTICIPAÇÃO:
PLATOON
AUTO-DESTRUIÇÃO
HIPNOSE DEATH
EXTREMAMENTE TOSCO

LOCAL: BAR THE OTHER PLACE (BAR DOS HELLS ANGELS)
ÀS 21:00H
RUA JACIRA REIS - TRAVESSA PONTA NEGRA
QUASE ESQUINA COM AVENIDA SÃO JORGE (ESTRADA DA PONTA NEGRA)
ENTRADA: R$ 10,00
STAND DE VENDAS DE CD'S DA UNDERGROUND BRASIL DISTRO

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Comunicado

Devido a obras de reforma nos estúdios da Rádio Vertical, o programa Vertical Classic Rock estará momentaneamente suspenso até setembro.  Contudo, esperamos voltar ao ar o mais rápido possível.
Gratos pela compreensão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Show de Retorno da Glory Opera

              Uma das maiores e consagradas bandas de heavy Metal do Brasil está de volta. Depois de um hiato de 5 anos, a Glory Opera faz nesse sábado (27/08), na Quadra da Vitória Régia, um show que na verdade será uma grande festa de retorno aos palcos.A apresentação marca ainda as presenças de Jean Rothen, primeiro guitarrista da banda, Casé Mar e Emerson Dácio, membros da formação original da Glory Opera. O pré – show fica por conta da Dangerline e Snatch.
           A Snatch faz um rock alternativo e progressivo autoral, com letras compostas em inglês. A banda foi um dos destaques do Festival Até o Tucupi 2010, onde fez uma das melhores apresentações, tendo uma boa aceitação do público.
           Em entrevista a Intera on line, Jean Rothen disse que a possibilidade de compor um terceiro CD, e voltar a tocar com o Helmut e Humberto, foi a maior motivação para o retorno à banda. “Temos uma química muito boa pra estúdio e shows, além de por em prática alguns sonhos que ficaram na gaveta por estes anos”, salientou Rothen.
Jean Rothen

          Perguntado sobre os futuros projetos da banda o guitarrista escondeu o jogo, mas deixou bem claro que a Glory Opera deve seguir uma direção mais progressiva e pesada, se distanciando um pouco da linha melódica. Leia a entrevista na integra feita pelo jornalista Thiago Hermido:

Glory Opera
            Formada em 97, A banda faz um heavy “melódico progressivo”, com letras que valorizam o regionalismo, abordando lendas e mitos da Amazônia, com ritmos e batidas características da música, algo que a Jack Daniel’s Inc. tentou fazer no começou dos anos 90.
            A Glory opera tem dois discos lançados, “Rising Moangá” (2002) e “Equilibrium” (2007). Com esses álbuns teve um reconhecimento nacional e foi bem recebido em países da Europa, Japão e América Latina. A banda foi destaque em várias revistas especializadas como “Rock Brigade” e “Roadie Crew”.
              A banda recebeu vários prêmios nacionais de destaque como revelação no ano de 2002. A Glory Opera já dividiu o palco com head lines do Metal mundial como Shaaman, Symphony X e Nightwish.
            Blog Manifesto Rock conversou com vários membros de bandas da cena metal de Manaus, sobre a volta aos palcos da Glory Opera, confira alguns comentários:
            Eddie “Cabeleira”Jr. Músico e produtor, ex – integrande da Jack Daniel’s Incorp. (Por muito tempo figurou como a melhor banda de Metal local)
           Acho muito bacana essa volta, é bom ter uma banda reconhecida já internacionalmente operando no cenário de origem. Principamente aqui em Manaus, onde parece que nada vai pra frente em termos culturais e maioria das pessoas pouco valorizam os artistas locais. Desejo sucesso à Glory Opera e que dessa vez eles voltem pra ficar
           Ehud Abensur – Sarcásticos – Ainda faz parte da clássica Anesthesia, (Uma das pioneiras do Heavy Metal em Manaus, considerada por muitos, como a grande referência para tudo que se faz até hoje na cena)
            A volta da glory é importante pois dá mais força ao metal amazonense, principalmente pela qualidade técnica do heavy metal que a banda possui. O retorno dessa grande banda somada ao destaque da Nekrost no wacken só exalta ainda mais a qualidade do amazonas no cenário mundial. Sejam bem vindos !!!
            Rod Splater – Vocalista da Hawake (Vencedora da Seletiva Wacken Manaus em 2010)
            É uma das melhores bandas de Heavy metal de Manaus, ela ajudou a crescer a cena, e mostrar que existe musicos talentosos no norte,cresceram seguindo uma influência de Angra e de André Matos que é um referência mundial.
            O Helmut inclusive mora relativamente perto de casa e ensinava bateria para uns amigos meus. Atualmente o metal está crescendo diferente de nossa cidade em alguns aspectos, prova que a cultura de nosso povo está cada vez ligadas à influências do mundo inteiro.
             Erick Moreira – Hipnose Death ( Considerada uma das head lines na cidade)
            Para mim a volta dos caras é de extrema importância para o cenário do metal amazonense. É uma das bandas que ja teve destaque no Brasil e na gringa e com certeza essa reunião vai alimentar mais a chama do metal local. Manaus está passando por uma metamorfose, e o cenário conseguiu atingir o extremo, como a Nekrost que representou o Brasil na Alemanha, isso é motivo de orgulho para nós , músicos do Norte. A Glory Opera está nesse nível, conheço o trabalho deles. Será mais uma a fazer história.

           Os ingressos antecipados custam R$ 20,00 e estão sendo vendidos na IMPORTADORA SÃO LUIZ, na Av. Leopoldo Peres, 322 - Educandos, Fones: 3624-0373/2758.
             A iniciativa é da Rádio Vertical/Programa Vertical Rock com apoio da TV Cultura Manaus. O objetivo é movimentar o cenário musical da cidade, que sempre esteve em evidência e agora ganha mais espaço.
Show GLORY OPERA
Pré-show: SNATCH e DANGERLINE
Onde: QDA. VITÓRIA RÉGIA (Rua Emilio Moreira, Praça 14)
Quando: 20 de agosto, sábado, a partir das 23h
Ingressos: Antecipado R$ 20,00 , na hora R$ 30,00
Informações: (92) 8174-7779
Realização: VERTICAL PRODUÇÕES
Patrocinio:
JAPURA PNEUS
INFOCENTRO
AMAZON MODELISMO
IMPORTADORA SÁO LUIZ
Apoio:
HOTEL BRASIL
LIG LIG
Blogs:
MANIFESTO ROCK
MANAUS ROCK
FOTOCHOPP
ROCK MANAUS
RÁDIO VERTICAL
O Portal Rock da Amazonia
Por Sandro Nine
Manifesto Rock – Cuia Coletiva – Projeto Riffs Desplugados
Fonte: Rádio Vertical e Revista Intera
Agradecimentos:
Eddie Jr
Ehud Abensur
Rod Splater
Erick Moreira

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Especial Nico

Toda última edição do mês, o programa Vertical Classic Rock realiza um especial de duas horas de duração com apenas um artista ou uma banda. Para a edição extraordinária do mês de agosto, o especial será com a cantora Nico, que cantou no primeiro álbum da banda The Velvet Underground. Contudo, nesta edição o programa apresentará músicas apenas dos discos solos de Nico.

A eterna musa junkie da música alternativa
Nascida em Köln na Alemanha em 16 de outubro de 1938, Christa Päffgen começou a trabalhar com apenas 13 anos de idade como modelo fotográfico, devido a sua chamativa beleza física. Realizou inúmeros trabalhos para revistas como Vogue, Elle, Mascotte, Camera entre outras. Fez vários comerciais de televisão, muitas pontas e papéis coadjuvantes em filmes. Ao trabalhar para o artista multimídia Andy Warhol, este lhe criou o pseudônimo de Nico, que na verdade é um anagrama à “ícone”, “icon” no inglês.

O mesmo Warhol que empresariava a banda The Velvet Underground, convenceu John Cale e Lou Reed a colocarem Nico como vocalista do grupo e com eles, Nico gravou o primeiro e mais emblemático disco lançado no ano de 1967, “The Velvet Underground And Nico”. Um marco na história da música alternativa que viria influenciar e virar referência para o gótico, para a new wave e para o punk. Apesar deste ser o único lançado com o Velvet, Nico viria a lançar vários trabalhos posteriores em parceria com estes músicos ou produzidos por eles. Neste mesmo ano sai o primeiro solo de NicoChelsea Girl”, que é basicamente um disco de folk inspirado no filme experimental “Chelsea Girls” de Warhol e Paul Morrissey. Dentre as músicas, versões para canções de Bob Dylan, Lou Reed, John Cale, Jackson Browne e Tim Hardin. No segundo álbum “The Marble Index”, de dois anos depois, Nico compôs todas as músicas, buscando uma satisfação pessoal que não tivera nos resultados de Chelsea. Em 1970 Nico lança o clássico “Desertshore” produzido por John Cale. Neste meio tempo, a cantora se envolve pesadamente com as drogas onde tal envolvimento passa a refletir uma decadência física e o pesado clima em suas músicas. Em 1974 sai “The End” que além da constante participação de Cale, traz também Brian Eno tocando sintetizadores. O exagero nas drogas retardou o trabalho para o próximo disco “Drama Of Exile” que saiu apenas em 1981. Já sem a parceria com Cale, Drama traz um rock mesclado à música oriental. Quatro anos depois sai o último disco de NicoCamera Obscura” que resgata Cale como produtor e apresenta uma dupla acompanhando a cantora, intitulada como “The Faction”. Em 1988, Nico sai de casa para uma rápida compra, tem uma parada cardíaca e como estava de bicicleta, cai e bate a cabeça. A demora para atendimento médico, devido ao fato da modelo não ter plano de saúde, faz com que uma hemorragia cerebral finde a vida desta controversa musa junkie da música alternativa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

High Fidelity

Produção hollywoodiana do ano de 2000, Alta Fidelidade (High Fidelity) é uma das poucas excelentes comédias românticas que prende o telespectador do começo ao fim.  Com infinitas referências musicais, este filme de 107 minutos com direção de Stephen Frears e inspirado no livro homônimo do escritor inglês Nick Hornby, traz John Cusack atuando grandemente no papel principal, Jack Black também com interpretação brilhante e Todd Louiso, além da participação irreconhecível da belíssima Catherine Zeta-Jones, ponta de Bruce Springsteen como o eterno conselheiro “boss” e outros protagonistas menos relevantes.
O poster do filme High Fidelity
Rob Gordon (Cusack) é proprietário de uma loja sebo de discos em vinil, colecionador, audiófilo, profundo conhecedor da música pop e DJ durante as noites de fim de semana.  Acompanhado de seus dois funcionários Barry (Black) e Dick (Louiso), vive a rotina do comércio moroso refletindo suas crises existenciais e suas frustrações amorosas.  Aliás, estas últimas são o foco de seu drama pessoal que, em seu universo romântico de discos encontra consolo sonoro, mesmo sem encontrar as respostas do porque ele ser infeliz em seus relacionamentos.  O anti socialismo do protagonista é compactuado por seus companheiros que não se arrependem em expulsar clientes da loja pela mínima divergência, até mesmo no âmbito do gosto musical.  Outra mania levada por todo o decorrer do filme é das constantes listas “top 5”.  As 5 mais “lado B”, as 5 preferidas para funerais, as 5 mais para os “foras” e por aí vai.
A trilha sonora é uma pérola à parte e possui nomes como The Velvet Underground, Stiff Little Fingers, Queen, Marvin Gaye, Bob Dylan dentre outros grandes nomes que refletem muito bem o universo quase poético desta história deliciosa que dá aquele gostinho juvenil de “queria viver assim”.
Rob Gordon em seu paraíso sonoro
A versão dublada perde algumas coisas de sentido quando traduzida.  Então, procure assistir o filme legendado.  Recomenda-se também a versão em DVD que traz cenas extras excluídas.
Indicado para quem curte um bom filme de rotina urbana e também para amantes da música pop, colecionadores e pessoas que gostam de procurar referências diversas em cenários, figurinos, diálogos e sons, Alta Fidelidade é uma obra em uma linguagem que aborda aspectos de outra.
Diversão gratuita.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

End Of The Century - The Story Of The Ramones - Trailer

Trailer do documentário "End Of The Century - The Story Of The Ramones", já resenhado neste blog.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Convocação

Convocamos a todos os músicos interessados na dispensa da obrigação de filiação na OMB/AM a comparecerem na reunião datada para o dia 13/08/11, as 16 h, na Aldeia do Rock (Markito tatoo) localizada na Rua João Valério no trecho entre as Avs Djalma Batista e Constantino Nery, munidos de seus RG e CPF para preenchimento de dados para Ação Coletiva que visa a liberdade de exercer suas atividades de músicos sem as perseguições da Ordem.
Se você quiser ficar livre compareça!
Atenciosamente

Ehud Abensur
Organizador da Ação

RUMO A LIBERDADE!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Bauhaus No Cine Sinistro

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Soda Billy

                 Escutar um disco da Soda Billy é uma dádiva. Lembro, logo que conheci a banda, que eu ficava imaginando no quão bom seria se esse grupo que só tocava covers e uma música instrumental própria, gravasse um álbum. Eis que o pedido foi realizado e, sem dúvida, satisfazendo todas as expectativas.
Capa do ótimo CD da banda Soda Billy
                 A bolachinha abre com “Go To The Boogie”, um puta rockabilly cantado em inglês e que tem um alto astral convidativo à dança. Os arranjos com os metais fazem grande marcação e a voz do guitarrista vocalista Matheus Gondim tem um tom um tanto sarcástico, como um blues man ressaqueado, que dá um clima notívago ao som. A instrumental “Festa Swing” é a segunda e tem o mesmo pique da abertura. Boa pra fundo musical de festa mesmo, fazendo jus ao seu título. A próxima “Vou Pegar Aline” mantém o clima de sexta-feira a noite. A letra nos remete a um filme de Marlon Brando com gangues de motos e jaquetas de couro. Em seguida vem a ótima instrumental “Long, Long Road”. Um surf music indicado pra fundo musical de lual com garotas de biquíni, bebidas, fogueira em beira de praia e consequências prazerosas. A sequência mostra uma maravilha inimaginável para o rock manauara. “Bye Bye Baby” é cantado em inglês pela belíssima Kamila Guedes, que não é bela só em sua aparência. Sua voz deliciosa é embriagante e prende a atenção de qualquer homem que tem seu libido despertado pela voz feminina. Um impressionante rythm blues. Outra grande surpresa vem em seguida. “A Ponte” é uma música acústica, mas tem um pique cativante que remete ao blues roots bucólico e nômade. O destaque vai para a gaita de Mario Valle que sola incansavelmente durante toda a canção. No mínimo se bate o pé no ritmo. Outra instrumental vem em sequência. “Kid Mostarda” retorna ao rockabilly dançante com uma pegada forte na guitarra. Mais parecendo trilha de Quentin Tarantino. “Escaravelho Do Amor” é um blusão digno de barzinhos com mesas de bilhar, fumaça de cigarro no ar e mulheres com vestidos decotados. Lembram da única música própria e instrumental que citei no começo do texto? Ela é a próxima. “Surfando No Igarapé Do 40” talvez seja a instrumental do rock manauara mais conhecida. Uma grande música que não podia ficar de fora do disco. A próxima “Have A Good Time” é outro rythm blues que vale um pouco de atenção. Em seguida vem outra instrumental. “Dizzy’s Surf” é uma mistura de surf music com jazz. Mostra as influências jazzísticas da banda e como o grupo é bom pra marcar dança de casal. Outra com a mesma fórmula engata na sequência. “Latina” é uma instrumental que tem uma pitada caribenha. Feita pra terraço ao luar de transatlântico. “Amor Insano” volta com vocais, mas os acompanhamentos dos sopros e os arranjos são típicos de musicistas. Pra fechar o CD, mais uma instrumental. “Bistrô Blues” talvez seja a mais jazz do trabalho. O gostinho de “quero mais” fica no término da audição, junto com a dúvida de se tratar de uma banda de Manaus ou algum grupo retrô de Las Vegas.
              A ausência das letras e dos créditos individuais das músicas passa batido na arte gráfica de Deco Salgado que preencheu o curto encarte com fotos e um visual bem Coca-Cola. Ou seria visual Soda Billy? De qualquer forma o álbum é um grande trabalho indispensável pra quem curte rockabilly, blues, jazz, surf music, boogie woogie, be bop e qualquer outro rótulo vinculado à boa música. Vintage é um termo que se faz pouco para o álbum. Não há dúvidas que se trata de um registro eterno que garante na história da música manauara o reconhecimento do bom rock que existe por aqui.
               Compre sem vacilo.