sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Trailer Do Filme - Pink Floyd - The Wall

Trailer de obra prima hollywoodyana de Alan Parker, já resenhada neste blog. Para quem ainda não assistiu essa pérola de filme, que ao menos, dê uma olhada no trailer. A música do Pink Floyd nunca foi tão bem explorada no sentido cênico.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Estigma Do Sublevado

Com a crescente onda de violência por parte das tribos urbanas contemporâneas em grandes centros como Nova York, São Paulo, Londres e outras cidades, muito se tem especulado a respeito da equivalência dos ditos ideais para com os atos dessa delinqüência, principalmente por parte da mídia bajuladora. O fenômeno marginal incomoda não só as vítimas das agressões diversas praticadas, mas também pessoas de boa índole que se vêm na condição de coadjuvantes aleatórios, visto que por ventura esses fatos lamentáveis acontecem em shows, pontos de encontro, bares, lojas e outros lugares públicos. A questão implica que o problema é sociológico e pode até ter uma solução, mas em longuíssimo prazo.
O PROBLEMA:
Desde a Revolução Industrial que a humanidade vem saboreando o fel da explosão demográfica com todas as suas conseqüências de crises em progressões que abrangem impactos ambientais, desemprego, fome, miséria, epidemias, violência dentre outros males que afetam direta ou indiretamente a vida de cada um de nós. Especialistas e sociólogos são unânimes em afirmar que alguns desses tópicos estão constantemente em ascensão e que se medidas mitigadoras não forem tomadas, colapsos serão inevitáveis e abalarão outros aspectos sociais, políticos e econômicos num “efeito dominó” de resultados drásticos e irreparáveis. Alguns desses efeitos já são visíveis e mostram-se claramente fora de controle apesar dos governantes embusteiros demagogicamente viverem apresentando dados estatísticos e financeiros de investimentos, mudanças e melhorias. Dentre os exemplos mais evidentes pode-se citar a máfia das grilagens de terras, atrelada indiscutivelmente à falta de uma reforma agrária séria em nosso país; a bio-pirataria que movimenta milhões de dólares e demanda interesse para as indústrias farmacêuticas e de cosméticos do mundo inteiro; a prostituição infantil e juvenil que tem o Brasil como um dos maiores fornecedores; o desmatamento, nosso país já é o quarto maior emissor de gás carbônico (CO2) na camada atmosférica devido à descontrolada expansão agrícola que visa unicamente o lucro; e o tráfico de drogas que nos tem como grande consumidor, rota de comércio e no estado do Rio de Janeiro sitia os moradores numa guerra civil. Todos esses assuntos podem parecer singulares e de certo modo são, mas estão intrinsecamente cruzados por uma eterna cultura provinciana que é perpetuada pelo interesse de magnatas que ganham muito dinheiro com isso e têm influência nos poderes legislativo, judiciário e executivo de norte a sul e de leste a oeste.
Percebe-se que no extenso parágrafo acima, em nenhuma vez foram citadas palavras como punk, metal ou skin. Porém, a explicação se faz necessária para entendimento de que o problema da violência nas tribos não tem nada a ver com rock, independente de um estilo ser mais agressivo, expressivo ou underground que o outro. Em análise ao seguido, o leitor atinará que a questão é mais cultural do que minimalista e requer a atenção não de autoridades repressoras e moralistas de plantão, mas de sociólogos, educadores diversos, fomentadores culturais e principalmente daqueles que gostam de um bom rock ‘n’ roll.
CAUSAS:
Não é de hoje que os países em desenvolvimento têm deficiência aguda na educação. Como foi dito acima, temos uma perpétua cultura provinciana que é herdada naturalmente de quem já foi colônia e amarga a dependência econômica de seus colonizadores com o passar dos séculos. Com economia deficiente, a educação será deficiente, assim como infra-estrutura, saneamento básico, saúde etc. Infelizmente a ignorância prevalece frente ao desenvolvimento e antes que alguém diga que isso é um panorama mundial, mostremos as informações de que enquanto na Europa, cada cidadão lê uma média de oito livros por ano, no Brasil essa estatística cai pela metade. Enquanto no velho mundo existem mais livrarias do que shopping centers, no país do futebol, os dados se invertem. Essa miséria cultural estende-se especificamente sobre um vetor, o povo. Como a população brasileira é formada em sua maioria por jovens, são estes os maiores sofredores desse efeito colateral colonialista. Sem muito esforço intelectual, nota-se que as tribos urbanas com complexo de gladiadores momentâneos, são formadas exclusivamente por jovens. Muitos desses, acabaram de sair da adolescência e ainda estão a procura de um caráter próprio e em processo de formação de sua personalidade, logo, cheios de dúvidas, incertezas e conflitos existenciais. Soma-se a isso mais dois fatores cruciais:
1) Muitos usam e abusam das mais diversas drogas lícitas e ilícitas, o que ajuda a aumentar a confusão mental que propicia a delinqüência. Não é difícil de identificar bêbados e entorpecidos entre os brigões e temperamentais;
2) Faz parte da natureza (vegetal e animal, racional e irracional) o seguimento simplista. Isto é, adotar, sem sombra de dúvidas, o caminho mais fácil a seguir. E entre o ponderado e o prático, logicamente que o segundo será adotado, pois ele já vem digerido, com um estereótipo formado por ímpetos que não necessitam de um raciocínio aprofundado e questionador. Formar uma personalidade autêntica e coerente é mais complexo e requer tempo, estudo e trabalho que um mentecapto normalmente não quer ter.
CONSEQUÊNCIAS:
Se esses garotos de “inteligência avançada” brigassem entre si como um “clube da luta” fechado até matarem-se sem nenhum tipo de incomodo, seria algo até benevolente, pois eles próprios levariam a cabo o trabalho de acabarem com a violência vigente. Contudo, eles são inconseqüentes e não medem esforços em proliferar a ignorância além de seus limites. Como esses reflexos juvenis marginais são extrapolações da problemática personalidade conflitante que carece de atenção, sempre serão dispostos em público. Dai, estarão freqüentemente a um passo do envolvimento de terceiros, quaisquer que sejam, desde o trabalhador que tem o azar de estar prestando serviço naquele local no momento da ocorrência ao simples transeunte. E dentre estas pessoas de boa fé, que por ventura se vêem na desagradável situação, podem estar eu, você ou qualquer conhecido e/ou parente nosso. É inegável que a delinqüência acarreta um estigma que será empregado sobre qualquer pessoa que, mesmo sem querer, pode ser enquadrado por leigos no tratado (entende-se como praticamente, senão toda, mas a maioria da população) como simpatizante, por estar portando um vestuário, artefato ou disco equivalente ao usados pelos visados. A estigmatização é enormemente difundida pela mídia que detrata sem piedade e de maneira generalizada o rockeiro, principalmente o que cultua o chamado rock pesado. Os bajuladores ganham a vida vendendo polêmica, mesmo que essa seja fundamentada em casos isolados e não levam em conta que esses tipos de barbáries acontecem também nos bailes funks, nos estádios de futebol, no pagode de farofeiros, nos grupos de “pitbulls” que praticam artes marciais ou musculação e em outros tipos de castas. Lembrem-se de que o preconceito está atuante em todos os meios de nossa sociedade, mas o rockeiro sempre será retratado como o vilão da história. Outro desconcertante fator existente é o descrédito que algumas bandas podem ganhar pela presença desses extraordinários em seu público. O exemplo mais clássico dessa injustiça vem dos criativos Garotos Podres que até hoje sofrem as conseqüências da errônea infâmia de cativarem um público hostil. Não se sabe até quando eles ficarão sem patrocínios e contratos. Isso também ocorre com outras bandas de punk rock, black metal, metal extremo e afins, e há de perdurar enquanto houver esse mal entendido.
A SOLUÇÃO:
Por incrível que pareça, este câncer urbano possui um remédio, mas sua cura não se faz da noite para o dia, pois é imprescindível o culto a uma problemática trindade: conscientização, inteligência e cultura. Problemática, esta trinca por exigir um trajeto tortuoso por anos de suadouro. Como foi deixado claro anteriormente, é mais fácil seguir o caminho com pavimentação já formada a construir o próprio legado. A solução demanda que gangues de idiotas que usam o visual punk, passem a encontrar-se não para se drogarem ou brigarem, mas para estudarem a anarco-sindicalismo, o conteúdo das letras do The Clash, as idéias de Bakunin e desenvolverem um colóquio que apresente alternativas para os diversos entraves do progresso humano. Que headbangers se juntem não para beberem e praticarem o sexismo e o machismo, mas para refletirem a filosofia de King Diamond, o virtuosismo lírico de Yngwie Malmsteen e a união do movimento crossover. Que hippies em vez de ficarem vegetando pelas praças com seus micróbios, passem a ler sobre a sociedade alternativa de Proudhon e a praticarem o amor livre com a segurança dos preservativos. Que góticos parem de chorar e lamentar-se das amarguras do mundo e passem a pensar sobre a poesia de Ian Curtis em seu aspecto mais humano. Que skinheads não pratiquem mais atrocidades e xenofobia, passando a entender que se o nazismo vencesse a segunda guerra, nós latinos seríamos os exterminados depois dos judeus e dos negros.
Em suma, não que para se escutar rock é preciso ser um chato intelectual fundamentalista, mas cabe dizer que enquanto os bíceps substituírem os cérebros, o rockeiro ficará infame perante todos que engolirem as opiniões formadas e deturpadas, envergonhando os pensantes que estão sujeitos a isso sem o mínimo de merecimento. Desde o início da história do rock and roll que este estilo em todas as suas vertentes se caracteriza como música de contestação, mas isso não significa que a coisa tenha de ser exposta sem raciocínio com todo seu ódio de revolta interpretado ao pé da letra. Faz-se necessário que haja um fundamento filosófico que proporcione um determinado conhecimento, mesmo que minimizado já é válido e crucial, para que finalmente exista inteligência, respeito e dignidade no meio.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Hellveillon

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Especial Catherine Wheel

No programa Vertical Classic Rock, realizamos toda última edição do mês um especial com um só artista ou banda.  São duas horas somente com o selecionado.  Para o mês de dezembro (que caíra na quarta-feira do dia 29) escolhemos a banda Catherine Wheel.
Fundada na Inglaterra no final dos anos 80 por Robert Dickinson, o Catherine Wheel, até hoje, não conseguiu o mesmo sucesso que a banda do primo Bruce Dickinson (Iron Maiden).  Sim, eles são primos.  Também não há semelhança no som das bandas dos familiares.  Enquanto o Maiden tornou-se um expoente do heavy metal, o Catherine é referência para o chamado rock alternativo.  Contudo, Bob Dickinson conseguiu sim, uma certa projeção.  Emplacando hits logo no primeiro álbum (Ferment” do ano de 1992), como “Black Metallic”, “I Want To Touch You” e “She’s My Friend”, chegaram nas paradas de sucesso em vários lugares na Europa.  A bonita arte gráfica das capas dos discos, levam ao extremo a seriedade artística, tão quanto os ótimos arranjos e as letras bem trabalhadas.  Não é a toa que influenciaram bandas mais recentes como Coldplay, Editors e Mercury Rev (só pra citar algumas).  Vários outros sucessos vieram nos discos seguintes, tais como “Delicious”, “Heal” e “Kill My Soul”.  Porém a banda nunca alcançou o destaque merecido.  Por esse motivo que o Vertical Classic Rock prestará essa homenagem a esse excelente grupo que preza pelo bom gosto e perfeccionismo em cada trabalho lançado.
O programa Vertical Classic Rock vai ao ar todo sábado as 14:00 (horário Manaus) e toda quarta-feira as 18:00 (horário Manaus), com direção e apresentação de Mário Orestes.  Para escutá-lo, basta acessar a Rádio Vertical no site http://www.radiovertical.com/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Banda Sarcásticos Na Roadie Crew


MAIS UMA BANDA AMAZONENSE GANHA DESTAQUE NA REVISTA ROADIE CREW.  DESSA
VEZ É A BANDA SARCÁSTICOS QUE COMEÇA A RETORNAR COM FORÇA TOTAL À CENA
AMAZONENSE COMEÇANDO PELO EVENTO DE NATAL DO VITROLA MUSIC HALL DATADO PARA O DIA
17/12.
 O LANÇAMENTO OFICIAL DA DEMO "SARCÁSTICOS" OCORRERÁ DIA 05/02/2011 NO
VITROLA MUSIC HALL PARA A PARTIR DAÍ COMEÇAR O ANO DE 2011 COM FORÇA
TOTAL ATÉ O LANÇAMENTO OFICIAL DO SEU CD.
ACESSE: http://www.roadiecrew.net/pt/issuesView.php?iss_ID=152 TENHA MAIS INFORMAÇÕES NA PRÓPRIA REVISTA ROADIE CREW.
MYSPACE DA BANDA: www.myspace.com/sarcasticosmetal
INFORMAÇÕES: 9220-2195 ou e_abensur@hotmail.com

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Divulgue Sua Banda Gratuitamente

Se você tem uma banda ou conhece alguém que tenha e deseja divulgação, faça contato conosco.  Cedemos espaço em nosso blog pra entrevistas e resenhas e em nosso programa Vertical Classic Rock que vai ao ar toda quarta-feira as 18:00 (horário Manaus) e todo sábado as 14:00 (horário Manaus) na Rádio Vertical, que pode ser escutada no site http://www.radiovertical.com/
No programa também podemos entrevistar a banda e ainda tocaremos suas músicas.  Aproveite essa oportunidade única de divulgação gratuita.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Entrevista Com a Banda Sarcásticos

A banda “Sarcásticos” toca um thrash metal de boa qualidade cantado na língua portuguesa em plena Amazônia.  Antes que acusem o som de datado, escutem e vejam as letras bem sacadas, os arranjos de bom gosto e o entrosamento dos músicos e percebam que se trata de algo promissor e que merece, no mínimo, respeito.  O vocalista da banda, o veterano Ehud Abensur, me cedeu essa entrevista com a humildade de quem só deseja seu trabalho divulgado.

Orestes: Quando e como surgiu a banda?
Ehud Abensur: Metal Revenge II de 2007.
 O: Quais as maiores influências?
EA: Slayer, Dorsal, Purple, Dream Theater etc.
O: O que a banda possui de registros até agora?
EA: 04 músicas e vídeos gravados de show, principalmente de Boa Vista.
O: Qual a atual formação do grupo?
EA: Ehud Abensur – voz, Carlos Neto – guitarra, Alvaro Keys – guitarra, Criz Garcia – baixo, Robson Marianus - batera.
O: Quais as maiores dificuldades do grupo?
EA: Se juntar pra gravar, haja vista que o Robson, batera, trabalha viajando e temos sempre que aguardá-lo pra fazer algo.
O: Qual a melhor apresentação e qual a pior, já realizadas pela banda?
EA: Boa Vista - Abertura do Violator.  Não me lembro de apresentações ruim, já sei foi quando eu toquei baixo ah ah ah ah ah.
O: Como vocês olham o cenário do rock local?
EA: Muito melhor que há 20 anos atrás, o que mata é a vaidade das produções locais e nossa condição geográfica, porque estamos completamente fora do eixo.  Pra fazer sucesso tem que sair daqui.
O: O que vocês acham que falta pro rock manauara conseguir destaque nacional, visto que aqui tem tantas bandas de qualidade?
EA: Não posso dizer que é oportunidade, porque o Wacken feito lá no Vitrola é a primeira das portas, mas sim encontrar alguém de fora que acredite no nosso povo.  O resto já temos aqui mesmo.
O: Quais os próximos passos da banda?
EA: Lançar de uma vez a demo e logo em seguida o CD.
O: Deixe os contatos da banda e suas palavras finais para os leitores.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Álbum De Estréia Do Camisa De Venus

Cheguei a ouvir comentários de que a sonoridade dessa banda incomodava.  Quanto mais eu conhecia, mais me sentia atraído.  As letras inteligentes, o sarcasmo explícito e o tom de voz debochado me eram tão cativantes que não demorei pra me tornar fã.
Este primeiro disco pode soar punk rock, mas a própria banda nega o rótulo, não querendo prender-se a causas adolescentes ou movimentos idealistas.  Passamos Por Isso” abre a bolacha demonstrando para os executivos da gravadora que tentar mudar o som e o nome da banda não foi uma boa idéia, como se achava.  Infelizmente a versão digitalizada que se encontra disponível sofreu censura nos comentários finais da música que teve a palavra “ridículo” (dirigida para o tema “Brasileirinho”), literalmente cortada.  Metástase” é a segunda e tem uma das letras mais inteligentes que eu já escutei no rock nacional.  Bete Morreu” é um punk rock trágico e sempre cantado em uníssono pelo público.  Correndo Sem Parar” expõe a psiquiatria da rotina urbana de uma forma bem bukowiskiana.  A versão de “Negue” que fecha o lado A do disco, é uma das paródias mais debochadas já registradas.  O Adventista” é outra pérola de letra que leva à reflexão.  Dogmas Tecnofacistas” é outro punk rock com letra direta.  Homem Não Chora” explora o machismo de nossa sociedade.  Passatempo” é totalmente atemporal e estará sempre atualizada.  Pronto Pro Suicídio” é uma das mais trágicas já feitas em toda carreira do grupo.  E “Meu Primo Zé” fecha o álbum que marca a estréia em LP do Camisa de Venus no ano de 1983.
O fato de estar fora de catálogo e ainda não ter sido lançado em CD, esse disco, homônimo à banda, é o arquivo morto pelos diretores da gravadora que não agüentaram por muito tempo o gênio dos membros que eram irredutíveis naquilo que se propunham.  Vale lembrar que tal garantia de que sabiam o que estavam fazendo, está na confirmação de Marcelo Nova que ele não mudaria palavra alguma de nenhuma das músicas.  Vale conferir.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Crossroads

Obra prima do diretor Walter Hill, esta película do ano de 1986 (Columbia Pictures) de 100 minutos é uma apologia apaixonada ao blues.
Eugene Martone (que é interpretado pelo garoto Ralph Macchio) é um guitarrista com formação clássica que quer encontrar desesperadamente as fitas originais de blues perdidas por uma gravadora.  No começo de sua aventura, conhece o ex-blues man Willie Brown (Joe Seneca) que teve sua alma vendida ao diabo em troca de sucesso com o lamentoso estilo musical.  Ambos saem em viagem pelas estradas do interior dos Estados Unidos.  Um em busca dos originais perdidos, outro com o intuito de resgatar sua alma.  No desfecho final há um duelo de guitarras onde o guitarrista do diabo é interpretado pelo virtuoso Steve Vai.  A propósito, Vai foi quem gravou todo o áudio do duelo, sendo que Ralph apenas dublou a sua parte.
O curioso da produção do filme é que o seu roteiro, baseado na lenda do pacto com o diabo de Robert Johnson, foi escrito por John Fusco que vendeu os direitos autorais por poucos dólares, devido ao crítico estado financeiro que ele se encontrava na época.

                 A ótima trilha sonora do excelente blues man Ry Cooder é uma das melhores já feitas para uma produção hollywoodiana.
Indicado não só para os amantes de blues, mas também pra quem aprecia um bom drama climático e com boa música.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ratos De Porão - Crucificados Pelo Sistema

No ano de 1984 os Ratos de Porão lançavam este primeiro disco solo, que chegou a ter uma edição com o fundo da capa em vermelho.  Antes disso, já tinham registrado trabalho num ao vivo split com a banda
Cólera e nas coletâneas “Sub” e “Ataque Sonoro”.  A tecnologia de estúdio usada na época nem se compara com a high tecnology de hoje.  As condições eram totalmente precárias e o amadorismo dos envolvidos evidente.  Contudo, a vibe era boa, honesta e jovial.
A bolacha abre com “Morrer” que demonstra logo de início a potencia da voz de Gordo.  A segunda “Caos” é um murro de apenas alguns segundos e deixa o ouvinte atordoado sem saber o que aconteceu.  Se aquilo era uma música ou foi algum defeito de gravação que deixou um pedaço de alguma faixa solta.  “Guerra Desumana” continua com a sessão de sons que tendem mais para o hard core do que para o punk rock.  “Agressão / Repressão” é um grito contra o sistema corrupto e violento da polícia.  Interessante é ver que nenhuma dessas letras soam datadas.  Ao contrário, o texto delas está sempre muito atual e condizente com a realidade vigente.  “Obrigando a Obedecer” é quase um haikai que esbofeteia o pseudo nacionalismo por trás da prestação de serviço militar obrigatório.  “Asas da Vingança” reforça a temática anti guerra.  “Que Vergonha” é uma cover do ótimo Olho Seco.  “Poluição Atômica” fecha o lado A (para o formato LP) com a força que só punks conseguem expor em músicas.  “Pobreza” abre o segundo lado continuando o mesmo pique que se prolongará por todo o álbum.  “F.M.I.” pode até parecer obsoleta em sua letra, mas se refletirmos bem, chegaremos a conclusão de que tão cedo o Brasil não deixará de ser independente economicamente.  “Só Pensa Em Matar” são apenas duas frases psicóticas que deixam uma interrogação sinistra em quem escutá-las.  “Sistema de Protesto” é a única que não tem sua letra no encarte.  Particularmente eu gosto muito dela e adoraria entender sua letra.  “Não Me Importo” é da mesma filosofia de “I Don’t Care” dos Ramones.  “Periferia” reflete a realidade onde os membros da banda passaram suas infâncias e cresceram suas adolescências.  A faixa homônima ao disco “Crucificados Pelo Sistema” é a melhor dentre todas e até hoje consta obrigatoriamente no set list de qualquer show da banda.  Também com apenas duas frases em sua letra seguidas do título da música.  “Corrupção” fecha o disco que parece uma “rapidinha” num beco escuro de tão intenso e urgente que é este álbum.
“Clássico” seria o termo adequado para resumir este registro histórico que é disputado a tapa no comércio de colecionadores de vinis.  No exterior, já vale alguns bons Euros.  Audição recomendada.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pé Na Porta

Quando soube que Clemente Nascimento estava com um programa de entrevista. Fiquei curioso. O cara é referência no punk rock nacional e uma das pessoas mais inteligentes e atuantes no meio. O ótimo (e infelizmente extinto) programa “Musikaos” da TV Cultura, tinha a direção dele. Todo mundo que assistia ao programa, dizia: “Que programa bom!”. Basta ler alguma das letras dos Inocentes pra perceber que ele realmente tem algo a dizer e que seus comentários são sempre pertinentes. Uma pena que a exibição desse programa de entrevistas é na TV a cabo, num canal que não lembro com dia e horário mais esquecíveis ainda. Sinceramente nem sei se o programa ainda está no ar. Porém, se procurar no You Tube, pode-se encontrar alguma coisa. Dividido, evidentemente, devido ao formato pra postagem, mas disponível. O programa se chama “Pé na Porta”.
Aqui o vídeo de um clássico que vale ver. Clemente entrevistando Marcelo Nova. Duas cabeças pensantes e com línguas afiadas para os assuntos mais diversos num plano de conversa altamente irônico.

Depois de assistir essa primeira parte, pode-se ver a segunda e terceira nesses respectivos links: